quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Início de um novo ano

Pois amigos, finda mais um ano e teremos ceia e fogos de artifício festejando uma data criada para fechar balancetes e programas governamentais... É isso, amigos. Para a Natureza, 31 de dezembro não significa nada. É pura convenção. Mas existe um Ano Novo de verdade, garantido pelo universo, cheio de significado e detectável pelos astrônomos: o Ano Novo Sideral, que ocorre em 21 de março (mais ou menos), coincidindo com o início da primavera no hemisfério norte e o outono no hemisfério sul. É nessa data que o sol recomeça a sua aparente viagem pelas estrelas que formam a faixa zodiacal. Por causa disso, os povos antigos festejavam o ano novo em março, e não em dezembro. Mas, de qualquer maneira, vale a intenção, mesmo simbólica: temos uma data para respirar fundo e partir para outra. Como já dizia o Chico Xavier: não podemos mudar o que já foi feito, mas podemos começar de novo e escrever um novo final... Um feliz Ano Novo e um beijão da Jô

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Novelas e noveleiros

Pois amigos, um chofer me perguntou se eu sabia o porquê dos brasileiros gostarem tanto de novelas. Eu pensei no caso e acho que é simplesmente uma questão de comodismo. É mais fácil lligar a TV do que se vestir para ir ao cinema, ou teatro, como fazem os europeus. E mais, a TV permite uma troca rápida de programa, caso a pessoa não goste do que está vendo. Além do mais, não podemos negar que as novelas brasileiras são extremamente caprichadas do ponto de vista técnico. Claro que o conteúdo é puro dramalhão mexicano, mas também não se pode exigir textos de Shakespeare dos roteiristas, até porque novelas foram feitas para vender sabão em pó... Eu andei evitando assistí-las por que considerava uma perda de tempo. Mas revisei meus preconceitos e agora me divirto assistindo a novela das dezenove horas. Beijão da Jô

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Loucuras de verão


Pois amigos, vem chegando o verão e com ele aquela comichão que faz todo mundo se mandar para a praia, tirar a roupa e mostrar até o que não deve. As mulheres, com tangas cada vez mais diminutas, não deixam nada a imaginação - se bem que algumas deveriam usar burcas, em nome do bom gosto. Os homens usando bermudas tiradas do lixo - sujas, feias, velhas, largas e caindo bunda abaixo. É um desfile de atrocidades estéticas em todas as idades. As pobres crianças comendo milho e pegando sol o dia inteiro. Famílias levando o almoço para a praia e deixando lá os restos. Ruas lotadas de carros, grupos de pagode (socorro!) e outras milongas infernizando nossos ouvidos, restaurantes e lancherias entupidas de gente... Mas enfim, é verão, e por isso, todas as loucuras são perdoáveis. Beijão da Jô

domingo, 6 de dezembro de 2009

Esporte é paixão!


Pois amigos, voltando ao tema leve deste blog, estamos às portas de um incidente esportivo bem insólito: há colorados torcendo pelo time do Grêmio e gremistas torcendo contra o próprio time! Cruzes, que situação complicada! Se o Grêmio ganhar do Flamengo, o Inter ganha a taça de campeão. Se perder... Bão, pelo correr do carro, o Grêmio não parece muito interessado em passar a perna no Fla só para dar a taça ao rival e afrontar a aterrorizante torcida do Mengão (o equivalente aos hooligans no Brasil). Deve haver alguma coisa errada nesse campeonato ou foi capricho dos deuses colocar os dois rivais gaúchos em uma situação tão estranha. E como o futebol muito mais que um esporte é uma paixão, não duvido que haja comemorações gremistas por aqui a cada gol do Flamengo... Beijão da Jô

Solidão

Pois amigos, eu não tinha idéia do que a palavra solidão significava exatamente pois, desde que nasci, vivi acompanhada por meus pais e irmãos e, nos últimos anos, pela presença da minha mãe. De repente a solidão entrou na minha vida abertamente, pela porta da frente, e tomou conta do ambiente, como fungo em ambiente úmido, tirando a minha alegria de viver e me fazendo conhecer as dores da depressão. Não vou descrever para vocês o que estou passando porque não é a intenção desse blog. Ele foi criado para dar alegria e levar uma imagem leve da vida a quem se interessar por ele. Mas estou sofrendo muito e por isso não tenho tido ânimo para atualizá-lo. Perdoem-me. O interesse de vocês é muito importante para mim. Eu sei que muitas vezes a solidão entra em nossas vidas para nos impulsionar a tentar outros caminhos, a mostrar novos aspectos da nossa personalidade. Ainda não sei o que a D. Solidão veio fazer na minha vida, a não ser me fazer sofrer demais. Entretanto, eu sei que não sou a única a sofrer assim. Há muita gente nas mesmas condições em que me encontro. Acabei de ler que o FDA, o órgão americano que libera medicamentos para venda ao público, autorizou o uso do Prozac - um remédio antidepressivo- para crianças de menos de 9 anos! Há crianças de nove anos sofrendo de depressão! Que mundo maluco é esse, meu Deus? Crianças não são mais crianças, são pequenos adultos oprimidos por uma sociedade cruel e doente, que as obriga a enfrentar situações para as quais não estão preparadas. Até quando? Beijão da Jô

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Cozinha autolimpante!

Pois amigos, peguei esta boa notícia na Internet: Cozinha Autolimpante! Nada melhor para simplificar a nossa vida, não é mesmo? Pior que ter que lavar a louça é ser obrigado a limpar a cozinha toda...

Novos materiais podem trazer à existência uma cozinha que se limpa sozinha, ou quase, e donas de casa mais felizes. Pesquisadores da universidade Purdue, Indiana (EUA), descobriram materiais auto-limpantes e ecologicamente corretos.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, superfícies revestidas com o material, parecido com o Teflon (aquele mesmo da frigideira), necessitariam apenas de água para ficarem limpas - nada de esfregadas.

A novidade será especialmente útil locais suscetíveis a óleos e engordurantes similares. Uma camada inferior atrai a água enquanto que a superior repele o óleo. Assim, o sabão e o esfregão seriam aposentados.

O material poderá ser aplicado em paredes, pisos e janelas, e outros materiais.

Ainda não é o auto-limpante propriamente dito, mas já ajuda. Beijão da Jô

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Morar sozinho: casas cada vez menores...

Pois amigos, a onda agora é morar em espaços cada vez menores. Não só por preocupação com a ecologia, mas também por princípio filosófico. E os americanos, depois do furacão Katrina, entraram de cabeça na onda da minimização de moradias. Foi até criada uma entidade encarregada de evangelizar a idéia: The Small House Society. A onda ainda não aportou de vez por aqui porque os brasileiros ainda não desencanaram dos símbolos de status, e encaram as casinhas minúsculas apenas como barracos arrumadinhos. Encontrei este site na Internet, que traz sugestões muito interessantes de pequenos espaços para viver: abelezadetodasascoisas.blogspot.com/
Alguns de vocês vão dizer que é exagero de simplicidade mas, para mim, tem lá os seus encantos, talvez pela minha vontade de simplificar tudo. E não há forma melhor de simplificar a vida do que morar em pequenos ambientes: a falta de espaço para armazenar badulaques nos obriga a renunciar a eles, o que é bom para o bolso e para o planeta. Além disso, somos obrigados a priorizar aquilo que nos é mais importante. Como diz o samba: "...onde eu possa guardar meus amigos, meus livros, meus discos e nada mais"... O lamentável é que exista brasileiros morando em lares mínimos e precários, não por princípios filosóficos, mas por necessidade mesmo... Beijão da Jô

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Comprando comida para um só

Pois amigos, um dos maiores problemas que uma pessoa sozinha enfrenta é a compra de comida. Os supermercados e as indústrias não estão (ainda) preparados para esse tipo de consumidor: quase todas as porções são oferecidas em tamanho família, o que nos obriga a congelar o produto (se possível) ou a dividir com outra pessoa (geralmente um vizinho). Felizmente já se pode comprar ovos em embalagem com seis, iogurte em unidades e alguns tipos de pão de forma em tamanho pequeno (Vital) . A princípio eu me estressava com essa falta de ofertas. Agora aprendi a encará-la como mais um desafio da vida. Passei a fracionar os alimentos congeláveis em porções menores (inclusive o pão), a comprar bandejas de legumes (que já vem cortados em porções pequenas) e, o mais importante, a fazer cardápios semanais pra não deixar a comida envelhecer na geladeira. Fica muito mais fácil comprar quando se sabe exatamente do que a gente precisa para aquele dia ou semana. Nada muito rebuscado, não. Comida caseira mesmo, mas variada, para não cansar. O cardápio é um planejamento semanal para evitar compras supérfluas. Experimente. Você vai gostar. Nos próximos posts eu vou dar algumas sugestões de cardápios semanais, mas você pode procurar também na Internet. Beijão da Jô

Cozinhando para um só - comidinhas fáceis

Pois amigos, como prometido, aí vão algumas comidinhas fáceis e rápidas. Vamos começar pelo arroz oriental, porque feijão já temos (hehehehehe!): ponha uma medida de arroz (uma xícara) parboilizado em uma panela, três medidas de água fria (três xícaras) e um sachet de Meu Segredo. Misture. Bote no fogo, mas não tampe a panela, porque ele derrama. Quando ferver, diminua a chama (gasta menos gás), mas fique de olho: arroz adora queimar! Estará pronto quando secar. Junte cebolinhas (aquele tempero que vem junto com a salsa) picadas e pode saborear seu arroz com feijão. Quer um bife? Lá vai: compre um bife do seu gosto no supermercado. Unte (um pouquinho de óleo espalhado com o dedo) a grelhadeira, mesmo que seja antiaderente, e leve-a ao fogo. Quando estiver quente, ponha o bife nela e vá virando o bicho de quando em quando, para não queimar. Se o bife não for muito grosso, cinco a sete minutos de grelha já bastam para chegar ao ponto. Deixe mais tempo se gostar de bem passado. Tire da grelhadeira e salpique sal a gosto. Ponha um pouquinho de água na grelhadeira e jogue algumas rodelas de cebola nela, mexendo com uma colher plástico ou madeira. Quando a cebola estiver macia, jogue sobre o bife. Atenção, gente fina: nada de lavar a carne ou passar sal antes de grelhar, porque lhe tira os sucos. Aves podem ser temperadas antes de grelhar, mas carne, não. Beijão da Jô

Cozinhando para um só - amigos no supermercado



Pois amigos, tentando achar novas formas de cozinhar sem me enrolar, encontrei algumas coisinhas que nos ajudam demais: as comidinhas pré-prontas embaladas a vácuo. Existe uma marca que é tudo de bom: a Vapza. É feijão (preto, branco, carioca), canjica, legumes, batatas, feijoada, etc. É só seguir as instruções da embalagem e em poucos minutos você tem um prato pronto. E não tem conservantes nem corantes! É comidinha caseira mesmo (inclusive o tempero!) Já pensou ter seu feijãozinho pronto em três minutos? E você ainda pode dar o seu toque, acrescentando as coisas de que gosta. É tudo de bom! Outra coisinha que nos ajuda demais na cozinha: tempero pronto. Eu uso o Meu Segredo e o Caldo de Galinha em pó, da Maggi. Mas vocês podem usar também os de tablete. Só não vale abusar porque eles são ricos em sódio. Aliás, picar temperos toma tempo e suja louça, e esses produtos poupam um bocado de trabalho. Nos próximos posts eu vou mostrar para vocês como fazer pratinhos ótimos usando esses e outros temperos, tudo na base do pá-pum. Beijão da Jô.

Cozinhando para um só - pirocambas muito úteis


Pois amigos, depois da morte da minha mãe, passei a cozinhar apenas para mim. Sei que seria mais fácil comer em algum restaurante, mas eu me acostumei à comida caseira. Eu li, em algum lugar, que cozinhar é uma forma de declarar amor. Por que não declarar-se a si mesmo? A sua saúde agradece. Mas não nego que dá um trabalhão cozinhar em casa. O que não quer dizer que isso não possa ser contornado por pessoas criativas, como nós (hehehehehe!). Assim sendo, e no afã de simplificar a vida, encontrei algumas formas de minimizar a trabalheira de fazer meus pratinhos. Para começar, aí vão alguns amigos dos que cozinham: o mixer, o raspador e a frigideira grelhadeira. O mixer substitui com vantagem o liquidificador, pois não dá trabalho para limpar; o raspador-ralador é uma mão-na-roda para quem gosta de legumes e a frigideira-grelhadeira torna mais saudável o preparo das carnes. No próximo post falarei sobre mais amigos dos cozinheiros solitários. Beijão da Jô

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Libertando os livros

Pois amigos, melhor do que manter os livros em uma estante, é partilhá-los com outras pessoas. Além de compartilhar alegrias, isso abre espaço em nossas casas para outros livros. E existe várias formas de entregá-los a outras pessoas: uma delas é o Bookcrossing, um movimento americano, surgido há alguns anos, que prega a "libertação" dos livros em algum lugar público, para que outras pessoas possam lê-los também. O movimento tem poucos adeptos no Brasil, mas já ganhou uma versão brasileira: o LivroLivre, que segue os mesmos princípios do Bookcrossing. Sinceramente, eu prefiro entregar meus amigos de papel a alguma biblioteca, para que sejam apreciados por quem realmente gosta de ler. Para saber mais sobre o bookcrossing, acesse:
www.ladybugbrazil.com/.../brasil-tem-seu-bookcrossing-nativo-o-livrolivre/

Estantes criativas

Amigos, por mais que amemos os livros, temos que guardá-los em algum lugar, não é mesmo? Para simplificar a nossa vida, apresento alguns modelos de estantes extremamente criativas, que prometem manter nossos amigos de papel sempre em condições de serem lidos. A de baixo é uma estante invisível, perfeita para quem tem pouco espaço em casa. Acima uma poltrona estante, muito criativa. Se quiser mais informações a respeito da estante invisível, acesse:
http://ebooksgratis.com.br/informacao-e-cultura/curiosidades/curiosidades-aprenda-a-fazer-uma-estante-invisivel/ e saberá como fazê-la você mesmo. Coragem.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sexta-feira fria é dia de... ler

Amigos, aproveitem este friozinho sacana para ler, bem enroscadinhos nas cobertas ou ao pé da lareira. Não há esporte invernal melhor do que esse! Aí vão mais algumas sugestões de leituras: em "A Ilha dos Cisnes", a autora, Anne Rivers Siddons, com seu estilo despretensioso, nos mostra as descobertas surpreendentes de uma mulher que dedicou toda a vida à sua família e, de repente, encontra-se completamente só. Achei excelente. Em "A Décima Terceira História", a autora Diane Setterfield nos conta, ao estilo das irmãs Brontë e Jane Austen, a comovente história de uma escritora famosa que, no fim da vida, resolve incumbir, à uma jovem livreira, a sua biografia cercada de mistérios. Para quem ama as tramas daquelas escritoras inglesas, é um prato cheio. Em "A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata", as autoras Mary Ann Shaffer e Annie Barrows criaram uma deliciosa trama, em estilo epistolar, sobre a ocupação das Ilhas do Canal (Guernsey), único território britânico dominado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, e a pitoresca maneira que seus moradores encontraram para resistir às imposições dos alemães. Excelente. Em "Ramsés, O Filho da Luz", o autor Christian Jacq, em estilo coloquial, inicia a saga do faraó egípcio Ramsés em busca do seu glorioso destino. O romance teve várias continuações. Para quem gosta de romances longos, tipo "As Brumas de Avalon", é excelente. Em "Elegância" a autora Kathleen Tessaro nos conta, em estilo despretensioso, a história de uma jovem que descobre um guia seguro para as agruras que enfrenta na vida em um velho livro sobre elegância e estilo. Quem dera todos nós tivéssemos essa sorte! Enfim, o subtítulo do livro diz tudo: "O verdadeiro amor nunca sai de moda". Muito bom. Beijão da Jô

domingo, 19 de julho de 2009

Domingo é bom para... ir ao cinema!

Pois amigos, o cinema brasileiro vem surpreendendo mesmo. Parece que encontrou, afinal, a sua verdadeira vocação: a comédia. Ainda me lembro das chanchadas da Atlântida, com o Oscarito e o Grande Otelo que, nas décadas de cinquenta e sessenta, atraíam multidões aos cinemas. Eram comédias tipo "pastelão", com enredos inocentes e familiares, trazendo os grandes astros e estrelas da música como figurantes. Foi a época de ouro do cinema nacional. Agora parece que reencontraram o filão: o Divã, A Mulher Invisível, Se Eu Fosse Você I e II, estão fazendo grande sucesso junto ao público. E isso tem até uma explicação sociológica: somos o único povo que ri da própria desgraça e prefere não levar nada a sério. Em O Divã o diretor aproveitou os textos das crônicas da Martha Medeiros e criou uma história deliciosa sobre a descoberta das verdades da vida feitas por uma mulher de meia-idade (a ótima Lilia Cabral) - no fim do filme eu tive vontade de aplaudir! Em A Mulher Invisível Selton Mello (excelente!) se vê às voltas com uma bela alucinação (Luana Piovani), após ter sido chutado pela namorada. Um bom elenco, um bom roteiro e está feito o sucesso! Em Se Eu Fosse Você I e II, a dupla de atores principais ( Tony Ramos e Glória Pires) garante boas gargalhadas com as confusões provocadas por uma fantástica troca de sexo. Enfim, no próximo domingo, comprem um pacotão de pipocas e vão ao cinema ver um filme brasileiro. Vocês não vão se arrepender! Beijão da Jô

Inverno é bom para... tomar chocolate quente!

Pois amigos, passei uns dias em Gramado, aproveitando a muvuca de inverno, e percebi uma coisa interessante: não há comidinhas nem bebidinhas diet para oferecer àqueles turistas mais preocupados com a saúde ou a boa forma. Sempre que eu perguntava aos garçons e atendentes por produtos diet, a resposta jocosa era quase sempre a mesma: "Só temos produtos "engordiet"!" Bão, eu não sou pessoa de aceitar sem protestos uma coisa dessas. Acabei convencendo uma barista, a dura$ pena$ (hehehe!), a fazer um choco diet para mim, mas eu tive que dar a receita, que aí vai: um copo (300ml) de leite desnatado, uma colher de sobremesa rasa de cacau puro em pó, uma colher de sobremesa de maizena e uma colher de sopa de rum. Levar ao fogo mexendo sempre até engrossar. Adoçar depois de pronto com adoçante Zero Cal e uma pitadinha de canela. É gostoso demais. Mas vá com cuidado no cacau puro porque é muito forte. Beijão da Jô

Inverno é bom para... ler

Amigos, desculpem a pausa nos posts, mas o Google andou fazendo umas alterações no serviço de blogs e eu fiquei meio perdida. Mas, aproveitando o recolhimento do inverno, estou lendo mais do que costumo. E tenho tido sorte! Encontrei vários autores novos, muito interessantes, dos quais vou comentar as obras aqui. Sei que ler é bom demais, mas também sei que exige tempo, coisa de que nem todos dispomos. Por isso, não dá para desperdiçá-lo com leitura enfadonhas ou que não acrescentem nada em nossa vida. Aí vão algumas das minhas leituras, apenas como sugestão: vamos começar com a Sombra do Vento, do Carlos Ruiz Zafón- situado na Barcelona dos anos sessenta/setenta, narra a história de um garoto que descobre um cemitério de livros perdidos, e nele uma figura enigmática - Julián Carax - cuja estranha história se torna a sua obsessão por vários anos. Muito bem escrito e desenvolvido, prende o leitor da primeira à última linha. É de se notar a tendência ao drama descabelado, bem típico do espírito espanhol, mas que não prejudica a trama. Em A Cura de Schoppenhauer o autor, Irvin D. Yalom transforma em um romance interessantíssimo as experiências em sua clínica psiquiátrica, onde um paciente tenta convencê-lo da validade das teorias de A. Schopenhauer como terapia. Schopenhauer pregava que "viver é sofrer" e os relacionamentos são formas de chegar à dor e ao tédio. Em A Terapia do Chocolate, a autora Cathy Lamb expõe os podres do sistema assistencial americano, na figura de uma jovem que consegue sobreviver a uma infância de abandono e abusos e vai viver com a tia em uma cidadezinha decadente do meio-oeste americano. Não é nenhuma obra-prima, mas serve perceber que, aqui como lá, o serviço público de assistência é uma josta. Em De Volta para Casa a autora Susan Wiggs conta a história de uma mulher que, acometida de uma doença incurável, volta para a casa da família para reencontrar a filha que abandonara ao nascer. Parece enredo de novela mexicana, mas é bem interessante. Em O Pacto, a autora Jody Picoult recria um famoso e rumoroso julgamento americano sobre um pacto de suicídio entre dois adolescentes e consegue manter o suspense até as últimas páginas do livro. Em O Clube do Conto Erótico a autora Lisa Beth Kovetz mostra como um relacionamento improvável entre quatro mulheres, que pouco tem em comum, pode se transformar em mais do que uma grande amizade: uma verdadeira relação familiar. Apesar do título, o livro não é pornográfico e a autora descreve com maestria e humor as quatro mulheres e suas angústias existenciais. Em A Mulher do Piloto a autora Anita Shreve, com um estilo elegante e ágil, mostra a saga da esposa de um piloto em busca das provas da inocência do marido, acusado de haver provocado um acidente com centenas de mortos no mar da Irlanda. Beijão da Jô

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Arquitetos sem talento

Pois amigos, visitei a mostra Casa e Cia. em Xangrilá, montada em um condomínio de praia. É de dar dó a falta de criatividade e de brasilidade dos jovens profissionais responsáveis pelos projetos apresentados. A começar pela arquitetura, quase indigente. São sobrados geminados, sem garagem, com aposentos pequeníssimos e total falta de privacidade: os pátios internos, enfeitados com spas, são visíveis para todos os vizinhos. Enfim, descrevendo em uma só frase: são favelas de luxo. Os decoradores se esforçaram para disfarçar a falta de espaço com móveis adequados, mas a sensação é claustrofóbica. Em um dos quartos de casal havia apenas um palmo de distância entre a cama e a parede. Outro projeto oferecia "dois quartos e meio", e o meio-quarto era um corredor entre dois aposentos. Mas o mais entristecedor era a inspiração para os projetos de decoração: México, Espanha, Grécia, França. Não havia nenhum aposento com sotaque brasileiro. Não sei se é um desejo inconsciente dos projetistas de dar o fora do Brasil, ou se é breguice mesmo, mas eles preferiram macaquear os estilos estrangeiros a exercer sua criatividade com o riquíssimo material decorativo que o Brasil tem. Lamentável. Beijão da Jô

Viajar é simples

Pois amigos, eu acho que para ser turista é preciso, antes de mais nada, ter espírito cigano, isto é, saber que vai renunciar a alguns confortos domésticos. Aliás, quem valoriza muito o conforto nem devia sair de casa. Um verdadeiro viajante sabe que só precisa da própria pele, então, a sua mala é de uma simplicidade franciscana. Ninguém faz turismo para desfilar moda. O mais importante é conhecer lugares novos, pessoas e hábitos diferentes, e adaptar-se a eles. Esse é o encanto maior de todas as viagens. Infelizmente já cruzei com várias espécies de turistas sem vocação, e reparei que entre eles dois tipos se destacam: o comprador - aquele que compra tudo o que vê, entupindo o bagageiro do ônibus com seus badulaques - e o chorão - aquele que reclama de tudo: o colchão é duro, o ônibus balança muito, a guia não lhe dá atenção, a comida é ruim, as cidades só têm prédios velhos (referindo-se à Europa!), ninguém fala a língua dele, tudo é muito caro, muito calor, ou frio, etc. É muito fácil conhecer um turista sem vocação: é só olhar sua mala. Quanto maior a bagagem, menor a vocação turística. A vida é uma grande viagem. Então, quanto menos pesarmos, mais longe iremos. Beijão da Jô

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mudou o mundo?

Pois amigos, sempre achei que o pior sinal de velhice era a crítica às atitudes dos mais jovens, até que me peguei criticando intimamente o comportamento de alguns rapazes em uma festa. Levei um susto daqueles! Por que eu os criticava? O que havia de realmente estranho no comportamento deles? Em qual esquina eles teriam se desviado do meu pensamento? Aquele sentimento estranho me acompanhou durante algum tempo. Mais do que a idade, é o sentimento que marca a velhice. Criticamos porque não podemos acompanhá-los em seus folguedos, ou porque eles realmente ofendem nossos sentimentos e nossos valores? Sei lá. Mas me lembrei de um pensamento de A. Schoppenhauer sobre o bem e o mal: as coisas não ficam piores ou melhores, apenas mudam. Acho que é isso mesmo. Os jovens não são piores ou melhores do que nós, são apenas diferentes. O sentido de "bom" ou "mau" é criado apenas por nossa visão dos fatos. Não é a realidade. Começar a entender que as coisas mudam, assim como nós também mudamos, é meio caminho andado para manter a juventude do espírito.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A microceia natalina

Pois amigos, continuando na minha saga de tentar simplificar tudo, encarei uma orquestra de panelas para fazer uma ceia de Natal, pela primeira vez na vida. Eu tinha resolvido passar os feriados de fim de ano na praia, para fugir do calorão de Porto Alegre, e acabei me virando com o que encontrei por lá para criar uma "ceia natalina", só para não fugir da tradição familiar. Minha mãe era uma regente de panelas competentíssima e, quando chegava o fim do ano, punha em prática tudo o que aprendeu com minha avó. O resultado era quase um banquete, que ela levava horas para preparar. Como eu estava sozinha, resolvi criar uma "microceia" só para mim, simplificando os pratos que ela preparava: comprei uma sobrecoxa de chester assado e fiz uma farofa dourada com nozes e passas para acompanhá-la; fiz meu arroz festivo com cenouras picadinhas, ervilhas e passas; arrumei uma salada tropical com alface, agrião, pedacinhos de manga, uvas, tomates e estrelinhas de carambola, regada com vinagrete de ervas finas; comprei um bolinho de laranja (de dez centimetros, com um furo no meio) e fiz uma calda de frutas com cerejas ao maraschino para ele; peguei um minipanetone e reguei-o com uma calda feita com rum, ameixas e passas e, para coroar, fiz rabanadas com leite de coco. Tudo acompanhado por um vinho argentino muito bom, o"Terrazas". Não é por me gabar não, mas ficou uma delícia... Beijão da Jô

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre pirocambas e caralhampanas

Pois amigos, meu pai era dentista militar e seguidamente era transferido de um estado para outro, levando toda a família. Cada vez que isso acontecia era um terremoto lá em casa. Em uma época em que quase nada era descartável, precisávamos levar quase tudo. Meu pai confiava o comando da mudança ao Sargento Garcia (minha mãe) e mantinha-se afastado da muvuca, alegando trabalho. E só voltava ao comando das operações depois de tudo embalado, encaixotado, engradado, engaiolado e pronto para ser embarcado. Para ele, a nossa mudança era composta de dois elementos: pirocambas e caralhampanas. As pirocambas eram aqueles trastes necessários e/ou imprescindíveis como mesas, cadeiras, camas, talheres, panelas, pratos, etc. e caralhampanas eram as inutilidades domésticas como cortinas, tapetes, colchas, bibelôs e quadros da minha mãe, os nossos brinquedos, o cachorro, o passarinho e a tartaruga. Até hoje, passados tantos anos da sua morte, eu ainda me pego classificando as coisas como pirocambas ou caralhampanas, sempre que vou às compras...Beijão da Jô