quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A microceia natalina

Pois amigos, continuando na minha saga de tentar simplificar tudo, encarei uma orquestra de panelas para fazer uma ceia de Natal, pela primeira vez na vida. Eu tinha resolvido passar os feriados de fim de ano na praia, para fugir do calorão de Porto Alegre, e acabei me virando com o que encontrei por lá para criar uma "ceia natalina", só para não fugir da tradição familiar. Minha mãe era uma regente de panelas competentíssima e, quando chegava o fim do ano, punha em prática tudo o que aprendeu com minha avó. O resultado era quase um banquete, que ela levava horas para preparar. Como eu estava sozinha, resolvi criar uma "microceia" só para mim, simplificando os pratos que ela preparava: comprei uma sobrecoxa de chester assado e fiz uma farofa dourada com nozes e passas para acompanhá-la; fiz meu arroz festivo com cenouras picadinhas, ervilhas e passas; arrumei uma salada tropical com alface, agrião, pedacinhos de manga, uvas, tomates e estrelinhas de carambola, regada com vinagrete de ervas finas; comprei um bolinho de laranja (de dez centimetros, com um furo no meio) e fiz uma calda de frutas com cerejas ao maraschino para ele; peguei um minipanetone e reguei-o com uma calda feita com rum, ameixas e passas e, para coroar, fiz rabanadas com leite de coco. Tudo acompanhado por um vinho argentino muito bom, o"Terrazas". Não é por me gabar não, mas ficou uma delícia... Beijão da Jô

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre pirocambas e caralhampanas

Pois amigos, meu pai era dentista militar e seguidamente era transferido de um estado para outro, levando toda a família. Cada vez que isso acontecia era um terremoto lá em casa. Em uma época em que quase nada era descartável, precisávamos levar quase tudo. Meu pai confiava o comando da mudança ao Sargento Garcia (minha mãe) e mantinha-se afastado da muvuca, alegando trabalho. E só voltava ao comando das operações depois de tudo embalado, encaixotado, engradado, engaiolado e pronto para ser embarcado. Para ele, a nossa mudança era composta de dois elementos: pirocambas e caralhampanas. As pirocambas eram aqueles trastes necessários e/ou imprescindíveis como mesas, cadeiras, camas, talheres, panelas, pratos, etc. e caralhampanas eram as inutilidades domésticas como cortinas, tapetes, colchas, bibelôs e quadros da minha mãe, os nossos brinquedos, o cachorro, o passarinho e a tartaruga. Até hoje, passados tantos anos da sua morte, eu ainda me pego classificando as coisas como pirocambas ou caralhampanas, sempre que vou às compras...Beijão da Jô